OS VENDILHÕES DO TEMPLO E A FIGUEIRA SEM FRUTOS
Mateus 21: 12 a
22 – “Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali
vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos
que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A
minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de
salteadores. Vieram a ele, no templo, cegos e coxos, e ele os
curou. Mas, vendo os principais sacerdotes e os escribas as
maravilhas que Jesus fazia e os meninos clamando: Hosana ao Filho de Davi!,
indignaram-se e perguntaram-lhe: Ouves
o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de
pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor? E, deixando-os, saiu da cidade para Betânia, onde
pernoitou. Cedo de manhã, ao voltar para a
cidade, teve fome; e, vendo uma
figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão
folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou
imediatamente. Vendo isto os
discípulos, admiraram-se e exclamaram: Como secou depressa a figueira! Jesus,
porém, lhes respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não
duvidardes, não somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo, se a
este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá; e tudo
quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis.”
Tudo parecia estar fora do
lugar! Ao mesmo tempo que as multidões, adoravam a Jesus e declaravam ser Ele o
Messias com palavras proféticas do Salmo 118, os Sacerdotes e religiosos, que
deveriam pelo seu próprio ofício e dedicação a Deus, serem os primeiro a
reconhecer que se cumpriram no Mestre todas as profecias e lhe demonstrar
gratidão já que o que os seus antepassados Moisés e Arão esperaram agora estava
cumprido diante de seus olhos. Os sacerdotes confrontavam Jesus, para que Ele
fizesse as multidões se calarem.
Ali, a Casa de Deus, construída
por Salomão, destruída por Nabucodonozor; reconstruída por Zorobabel e
gloriosamente reformada por Herodes, para tentar convencer os judeus de que ele
era um bom rei para o povo, embora fosse Aquele que mandou matar as crianças de
Belém, quando um Indumeu (descendente de Esaú e não de Jacó). Este mesmo
Herodes ordenou que todas os meninos com menos de dois anos fossem mortos em
Betlehem, na tentativa de acabar com o Verdadeiro Rei de Israel quando ainda
Ele fosse um bebe.
Aquela Casa Suntuosa, parecia
hostil ao Rei dos rei, ao Sumo Sacerdote da nossa Fé, ao Messias Glorioso de
Israel. Jesus em toda sua vida esteve ali, inúmeras vezes. Apresentado ao Pai,
naquela Casa com 40 dias nos braços de Simeão, o velho ancião que disse que já
poderia morrer, pois houvera visto a SALVAÇÃO (YESHUA), de Isrrael. Aos doze
anos, tendo depois da Páscoa voltado para O Templo, foi achado por sua mãe
discutindo sobre a Palavra de Deus com os anciãos. Quantos Jesus curou ali,
libertou ali. Quantos ensinos... Jesus agora, aclamado pela multidão pelos
milagres extraordinários que realizava e rejeitado pelos líderes religiosos que
enchiam aquele lugar se depara com uma cena, a qual já houvera visto tantas,
vezes, mas, que desta vez decidiu dar um BASTA!
Jesus passou a virar a mesa dos
cambistas (dos que vendiam aves e outros animais, para os que vinham de
longe para que pudessem sacrificar nos
rituais do Templo). Corrupção é assim: Há quem corrompa, por que há quem seja
corrompido. As pessoas achavam mais fácil do que trazer as primícias do seu
gado, de seus rebanhos, de suas colheitas até o Templo, a facilidade de pagar
ali, pelos animaizinhos que eram vendidos. Não se sabia bem a procedência de
quem fez, mas, tá tudo bem é só um rito mesmo, não é? É só para os outros verem
que estamos cumprindo com nossas obrigações religiosas, não é? Dar o melhor a
Deus, as Primícias a Deus, é coisa de menor importância, ou sem valor, e contra
isso Jesus irou-se e expulsando os cambistas e derrubando suas mesas, mostrava
o zelo que ardia em seu coração pela Casa do Pai, a Casa de Oração para todos
os povos.
Nesta cena de um Jesus bravo,
irado, duas coisas nos saltam aos olhos: Os coxos e cegos (aleijados, pessoas
deformadas, e CEGOS... PESSOAS QUE NÃO VIAM, PENSE NISSO!!!), vieram até Jesus
e Ele os curou, vemos tantos programas de televisão fazendo alarde das curas, e
depois os números de suas contas bancárias para que os programas possam
continuar no ar, e para que se possa pagar por tais milagres, e quase nos passa
desapercebido, o que era o dia a dia de Jesus Cristo, realizar MILAGRES, FAZER
PRODÍGIOS, LIBERTAR OS CATIVOS, CURAR OS ENFERMOS... Ele entre uma coisa e
outra, restaura lá uns trinta coxos e cura uma dúzia de cegos, e só.... SÓ????
JESUS, quantos cegos você já viu voltando a enxergar? Quantas pessoas com
deformidades, aleijados, pessoas que precisam de cadeiras de rodas, bengalas,
muletas, andadores, ou se arrastam, levantando-se e andando? Quantas? Jesus os
curou, aonde no Templo.
O quem mais? As crianças, que
desde lá de fora vieram cantando: “HOSANA AO FILHO DE DAVID!”, expressão em
hebraico que quer dizer: “Salva-nos, filho de David!”, continuavam a seguir
Jesus e a clamar por Ele. Havia uma atração em Jesus para as crianças. Elas
pareciam ver Nele, alguém em quem confiavam, alguém que se importava com elas,
alguém que não lhes dava medo, pelo contrário, que lhes dava confiança... As
crianças, clamavam e os Sacerdotes que deveriam conhecer a Palavra e estarem em
primeiro lugar adorando a Jesus e ensinando o povo ser Ele o Messias,
criticavam o Mestre, por ele permitir que as crianças clamassem por ele,
chamando-o do Filho de David, em outras palavras: RECONHECENDO QUE ELE ERA O
MESSIAS.
Algo, acontece então. Depois
das multidões terem recebido a Jesus. Dele ter sido adorado no dia que a
profecia de que O Messias entraria em Jerusalém montado num jumentinho, se
cumpriu, dia em que ele viu o estado da Casa de Deus, com tantas pessoas
interessadas nos ritos e na religião e nada interessados em Deus, enquanto os
necessitados, os doentes, os marginalizados e as crianças continuaram vindo até
Ele, e clamando por Ele, o mestre saiu do Templo.
Um dia destes Ele sairá para
nunca mais voltar! Um dia destes a falta de interesse em Deus, vai levá-lo a
dar as costas para este Templo pouca antes de não sobrar dele pedra sobre
pedra... Quando você pensa que o teu corpo é Templo do Espírito Santo, estas
palavras, e esta cena trazem pavor a você? De que Jesus pode ainda estar
realizando coisas, tento misericórdia de você, mas, pelo fato de não se
importar com Ele, de realmente não dar a Deus, a honra devida a seu nome, de
importar-se apenas com o que os outros estão vendo e não teu verdadeiro
relacionamento com Deus, que um dia destes Ele pode definitivamente sair e o
que restará da gente? Não ficará pedra sobre pedra...
Jesus vai para a região de
Betânia onde ficava a casa de Lázaro e suas irmãs, local para onde nestes seus
últimos dias ele passou a ir e a voltar... No dia seguinte chegando em
Jerusalém, viu uma figueira, cheia de folhas... estando Ele com fome procurou
frutos, procurou figos e não achou nada...
Que lembrança ruim, não é? O
dia em que Deus, na viração do dia, pouco antes que escurecesse, chegou no Éden
para ter comunhão com o homem. Chegou para que ele, o ser humano não
experimentasse as trevas, à noite... Deus chega no Jardim, e procura o homem,
mas, não o acha, e ao chamar por ele, então, o Adão se apresenta envolto em
folhas de figueira...
Deus queria um coração, um
amor, uma devoção, uma obediência, um testemunho mas, só teve... FOLHAS DE
FIGUEIRA!
Que lembrança amarga para
Deus.... O Dia do Divórcio! O dia em que Deus descobriu que o homem o tinha
traído com a Serpente, o dia em que Deus descobriu que o homem e sua mulher lhe
tinham sido infiéis... Depois de tanto amor, se esperava gratidão, mas, no meio
das folhas de figueira, das desculpas, do homem culpar sua esposa e esta à
Serpente, naquele dia em que não havia um fruto de verdadeiro amor, Deus
amaldiçoou a Terra, por causa do pecado do homem; Deus disse que a mulher
passaria a gerar sentindo dores; Deus disse que a partir de então do desejo da
mulher seria para o homem, e que este passaria a governar sua mulher, passaria
a por regras sobre ela, imporia sua vontade sobre ela. Deus disse que o homem
de sua fadiga e do suor do seu rosto comeria o seu pão.... Porque, porque não
havia frutos, só folhas. Folhas de Figueira...
Jesus estava com tanta fome
assim, estava com raiva da figueira? Porque Ele a amaldiçoou? No dia seguinte
quando passaram pelo mesmo local, perceberam que aquela figueira havia secado
até a raiz, e lembraram-se do que o Mestre tinha dito.
Se outros viram esta situação
de perto, como viram os discípulos de Jesus, devem ter ficado apavorados, pois,
o descontentamento do Mestre com o que havia encontrado no Templo, comparado
àquela figueira sem frutos, poderia apontar para um fim trágico daquele lugar e
daquelas pessoas... Pois 40 anos, depois da morte de Jesus, Jerusalém foi
cercada, e como disse Jesus, que aquela geração não passaria sem que tudo
ocorresse, muitíssimas pessoas que viram Jesus chicotear os cambistas e
expulsar os vendedores da Casa de Deus, viram os romanos entrarem, matarem
mulheres, crianças, idosos, religiosos, cambistas, todos, a destruírem aquela Casa
suntuosa, a roubarem seus objetos de Valor e não deixarem pedra sobre pedra.
Quem viu pode ter dito: Como
tudo aquilo se deu de uma hora para
outra. Como num dia nos cercaram e no outro destruíram tudo... A Figueira
secou!
Jesus estava há poucos dias de
sua morte, do seu sofrimento... O Cálice da Iniquidade dos homens estava se
enchendo rápido demais. E a ira de Deus estava para cair totalmente sobre
Jesus, seu filho amado e santo.
Deus disse ao Pai Abraão que os
seus descendentes morariam em terras estranhas como forasteiros até que a
“MEDIDA DA INIQUIDADE”, dos povos da Terra Prometida fosse cheia, e então Deus
os traria de volta e expulsaria todos aqueles povos de suas terras. Vemos aí
que há uma medida de iniquidade que quanto é superada o juízo de Deus vem.
Por fim e não menos
surpreendente, Jesus ensina sobre fé e sobre oração usando o exemplo da
Figueira, de que se tivermos fé assim como aquela figueira secou, poderíamos fazer
o mesmo e até dizer para um monte levantar-se e lançar-se sobre o mar.
Parece que desassociamos A
Bondade de Deus de Sua Justiça, e O Seu Amor e Misericórdia
Há certa situação na Bíblia que
alguns meninos zombam e riem do profeta Eliseu por ele ser calvo, e então
Eliseu amaldiçoa os meninos e uma ursa vem e os mata a todos. A Autoridade de
Deus na vida de seus filhos, é pouco compreendida e muitas vezes pintam os
quadros de Deus com cores pastéis, ou infantis, enquanto Deus é Fogo
Consumidor, e entender que certas coisas tem um limite é uma descoberta
importante na vida das pessoas.
Ninguém quer orar para que um
grupo de pessoas morra, ou que algum lugar seja destruído, mas, ao mesmo tempo,
oramos a Deus com nossos sentimentos, com a nossa razão, muitas vezes
desassociada com a Vontade de Deus, e pedimos coisas a Deus, que não surgem do
Seu coração, mas, do nosso, cheio de tendências humanas, e da nossa justiça a
qual Deus chama de: “trapos de imundícia”.
O Poder de um DECRETO na boca
de um homem e uma mulher de Fé, cheios do Espírito Santo, o poder da oração em
Concordância, são segredos que ainda nós precisamos voltar a conhecer... Está
como que selado diante dos nossos olhos, talvez, pelo comércio que ainda
permitimos diante de Deus, dos atos religiosos e da falta de frutos para com
Deus que está com fome e a qualquer momento virá a nós não para dar desta vez,
mas, para receber... Como será este encontro?
Ministério Pastoral,
Igreja Apostólica Betlehem
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