quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Série: Um homem segundo o coração de Deus - "ASSIM NA TERRA COMO NOS CÉUS - I"


Assim na Terra como nos Céus - I

O Rei Saul nunca se importou com a Presença de Deus!
Desde o episódio em que Israel é derrotado pelos exércitos dos filisteus, momento em que morrem Pinchas e Hofni, filhos do Sumo-Sacerdote Eli e a Arca de Deus é roubada pelos filisteus, nunca mais a Arca voltou para o Tabernáculo que Moisés ordenou que fosse contruído no deserto e que desde a Conquista da Terra Prometida tinha ganhado um lugar fixo em Shiló. Naquele mesmo dia, Eli ouvindo toda a desgraça que ocorrera cai de sua cadeira e quebra o pescoço e a mulher de Pinchas, grávida ao dar a luz, chama seu filho de ICAVOD – A Glória se foi!
Deus, trouxe tremenda praga sobre os Filisteus, ferindo-os com hemorroidas e com ratos, bem como fazendo o deus dos Filisteus (Dagon – Meio homem, meio peixe), se prostrar diante da Arca da Sua Presença, duas vezes, sendo que na segunda vez, apareceram cortados os braços e a cabeça daquele ídolo detestável.
Os filisteus então colocam a Arca num carro de boi e o soltam nas terras de Israel e a Arca vai parar perto da cidade de Quiriate Yearim (A cidade da florestas), tendo sido guardada por uma família de Levitas, cujo pai se chamava Abinadabe. Por lá a Arca ficou entre 60 e 70 anos. 
Durante o reinado de Saul, por mais de 20 anos, o rei de Israel, não fez menção de querer restaurar sequer o Tabernáculo que recebia os sacrifícios e holocaustos de Israel, mas, não tinha mais o símbolo da Presença de Deus. UMA PURA E MERA RELIGIÃO VAZIA.
A PRIMEIRA COISA QUE DAVID FAZ: Eu quero a Presença de Deus perto de mim!
Os tempos eram outros!
No passado, o Sumo Sacerdote era o único que podia, uma vez ao ano, ir além da Porta chamada: Vida – Além do Véu que separava o Lugar Santo, da Santidade das Santidades, para estar diante da Arca da Aliança. Quem desobedecesse esta ordem morreria fulminado... Depois de 60 ou 70 anos, em que ninguém se importava com a Presença de Deus, aquelas normas, regras, observações, pareciam sem sentido! Não conheciam sequer ou não sabiam direito, como a Arca da Aliança deveria ser conduzida.
O Mal que a Arca da Aliança fez para os Filisteus, o temor que deveria haver em toda a nação de Israel; o péssimo testemunho que Samuel teve de Eli e de seus filhos, talvez também tenham sido fatores que levaram a nação de Israel a mudar a forma de cultuarem a Deus, já que O Eterno ouvia a oração de uma mulher estéril como Ana, mas, não livrava da morte os filhos do Sacerdote que levaram a Arca para o campo de batalha, com um mero amuleto.
David, como toda a nação talvez tivesse realmente poucas informações do que era a Manifestação da Glória de Deus que acompanhou o povo de Israel no deserto durante os 40 anos e nem tão pouco o que era ver o rio Jordão ou o Mar Vermelho se abrir quando simplesmente os sacerdotes que carregavam a Arca da Aliança pisavam em suas águas.
David e toda a nação de Israel, os Ânciãos, príncipes de cada tribo e todos os chefes militares de Israel, todos... Toda a nação se junta e alegremente vão até Quiriate Jearim para buscar a Arca, fizeram o melhor que podiam: Num carro de bois que nunca havia sido usado, meteram a Arca de Deus e dois levitas, filhos de Abinadabe, Aiô e Uzá, que certamente nasceram e cresceram diante da Arca da Aliança que ficou durante décadas na casa de seu pai, iam conduzindo o carro de boi até que...
Os bois tropeçaram!
Muitas pessoas humildes, muitos servos de Deus apaixonados pelo Senhor, vão tocando sua vida e de culto após culto, encontro após encontro, fazem coisas absolutamente distantes da Palavra de Deus, sem qualquer direção do Espírito Santo porque nem de longe, O Senhor foi procurado para lhes apontar o caminho. Mesmo assim, muitos se alegram e louvam a Deus e exaltam O Seu Nome, porém, nem todos são ou estão enganados!
Alguns são chamados por Deus para conduzir o povo, para ensinar a Palavra de Deus, para exortar a comunidade dos crentes a seguirem a Deus e a Sua Santidade. Tais pessoas ao se calarem para não entristecer as pessoas que estão tão felizes; para não se indispor e parecerem desagradáveis ou impopulares... Tornam-se réus da revelação de Deus, pois: 
“Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.” (Lc. 12: 48)
Os dois Levitas (Aiô e Uzá), sabiam que a Glória de Deus (representada pela Arca da Aliança), não podia ser transportada como os Filisteus fizeram. A Arca de Deus deveria ser levada nos ombros dos Príncipes dos Levitas. 
Inevitavelmente os bois vão tropeçar! A religião não vai conseguir enganar todos para sempre; as técnicas, as promessas, as falsidades com o passar do tempo acabam sendo percebidas e um dia os bois tropeçam e o JUÍZO VEM!
Alguém feliz por ter sido ungido pastor, mestre, apóstolo, evangelista, profeta deveria comer a Palavra de Deus, buscar a Deus até ouvir com clareza a Sua Voz, porque há um povo que vai agira perfidamente ou com zelo por Deus, mediante o ensino que receberem. E o JUÍZO VEM! 
Alguém (UZÁ), tenta ajudar a Deus, já que parece que Ele não tem capacidade de evitar que sua Arca caia no chão, quando os Bois tropeçaram, morre fulminado!
Deus VERDADEIRAMENTE não precisa de ajuda, mas, nos ensina o caminho da Obediência!
De quem é a culpa? Do povo, de Uzá, dos bois, do carro, de Deus?! 
David, um homem segundo o coração de Deus, se entristece reconhecendo que um homem morreu por SUA CULPA!
“Como trazer a Arca de Deus para mim?” – David já era Rei de Israel; David não estava interessado em fazer do seu reino um império e conquistar o Egito e outras nações... David, estava querendo a única coisa que era essencial para ele: A PRESENÇA DE DEUS!!!!!!!!!!!
Um outro levita (Obede-Edom), um homem misterioso. Talvez tenha nascido numa cidade dos levitas do outro lado do Jordão para ser chamado de “servo de Edom”, sabemos pouco a seu respeito, mas, percebemos que num momento de PROFUNDO TEMOR NACIONAL, com a morte de Uzá, Obede Edom aceita trazer para a sua casa A Presença de Deus. 
Imagino que o lugar de maior honra em seu lar, foi o espaço reservado para a Arca da Presença de Deus. Imagino que no tempo em que a Arca esteve ali, sua família toda tinha como o centro de tudo em seu lar a Presença de Deus e a natural reverência e temor que a Presença de Deus emana.
Noticiou-se que tudo na casa de Obede-Edom prosperou neste tempo em que a Arca de Deus esteve ali...
Se para os filisteus a Arca foi uma desgraça, para Saul não valia de nada, o Rei David ao se informar que Deus prosperara a casa daquele levita, deve ter se animado para dizer: EU TAMBÉM QUERO! QUERO MAIS DO QUE TUDO! É A ÚNICA COISA QUE EU QUERO!
Como fazer então?
Quem é que sabe como é que se transporta uma Arca? OS SACERDOTES!
Através da TORAH (da Palavra de Deus), toda instrução fundamental para que a Glória de Deus se achegue a nós está revelada e acessível a qualquer um que deseje também, A Presença de Deus, mais do que qualquer outra coisa em sua vida.
A adoração de CAIM e a adoração de DAVID
Semelhante ao caso narrado em Gênesis, Caim como David desejou a Presença. Quando Caim não preocupou-se mais com Deus do que com os benefícios que poderiam advir deste reencontro com o homem, Deus o adverte não recebendo sua oferta, mas, lhe dizendo que se ele fizesse da forma correta seria aceito.
Caim, revolta-se contra Deus, e não podendo destruir a Deus que rejeitou (não a ele, mas, a sua oferta), Caim mata o seu irmão, cuja oferta fora aceita.
David, buscando como Caim a Presença de Deus, quando de qualquer maneira tenta trazer para perto de Si a Arca de Deus, torna-se responsável pela morte de Uzá. David, enche-se de temor e não desiste de ter a Presença de Deus perto de si. David busca, o que agrada a Deus, o que Ele estabeleceu para que Sua Presença se manifeste entre os homens, e Deus o aprova e David demonstra que um “homem segundo o coração de Deus”, não é aquele que não erra, mas, aquele que quando advertido, corrigido, disciplinado, exposto, arrepende-se e muda, mas, não desiste em hipótese alguma de viver diante da Face, da Presença do Nosso Deus.
Me SEREIS Reino de Sacerdotes
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa.” (Ex. 19: 5 e 6)
Quando Deus diz a Moisés e ao povo de Israel, qual era o Seu desejo para com o Seu povo, deixa claro que Sua Vontade é que TODA A NAÇÃO FOSSE UMA NAÇÃO SACERDOTAL.
Talvez David pensasse assim: - “quer saber de uma coisa? Se as outras pessoas não se importam com isso, problema delas! Mas, se Deus disse que quer que todos nós sejamos seus sacerdotes, pelo menos EU VOU SER!”
Porque afirmamos isso? Porque David, como Rei de toda a nação, tenta trazer a Presença de Deus para a perto dele, mas, não tendo sucesso pela maneira que as coisas se deram, busca nos Sacerdotes, aqueles cujos antepassados transportaram a Arca de Deus, para saber como aquilo poderia ser feito. David entende então que eles eram um EXEMPLO, UMA FIGURA PARA TODA A NAÇÃO... Se precisa SER SACERDOTE para trazer a PRESENÇA DE DEUS e DEUS DISSE QUE QUERIA QUE A NAÇÃO TODA FOSSE UM REINO DE SACERDOTES... Então vamos lá! Eu vou ser o que Deus disse que quer que eu seja!
Não foi a primeira vez que David agiu desta forma. Quando pediu ao Sumo Sacerdote, quando passou a fugir de Saul, os pães da Preposição que só era comidos pelos Sacerdotes, David já dava sinais que entendia algo, que todos nós HOJE PRECISAMOS COMPREENDER.
AGORA VAI!
Tendo observado tudo o que Deus ordenara sobre o transporte da Arca da Aliança, estavam agora na porta da casa de Obede Edom, os príncipes dos Levitas de Israel, milhares de levitas e sacerdotes, a nação toda... IMAGINEM O MEDO, já que a ultima vez que tentaram isso, Uzá, morreu fulminado.
Como está David? Vestido com uma das túnicas usadas pelos Sacerdotes. Uma túnica branca, como usavam quaisquer outros sacerdotes. David estava disfarçado entre eles? Não! David estava vivendo a realidade do que cria.
Havia regras de onde a Arca deveria estar, quem e quando poderia ter acesso a ela, mas, nada disso foi importante para aquelas gerações desde a morte de Eli. David, compreendendo que só Sacerdotes poderiam ter acesso, David dá sinais de que compreende o Sacerdócio da Ordem de Melquisedeque, sacerdócio hoje que temos nós em Cristo Jesus, mas, ao mesmo tempo, se veste com as roupas, com as indumentárias... David está numa transição. Ele se envolve com aquelas sombras todas, mas, o coração não está na beleza das roupas, no misticismo dos instrumentos e dos objetos, mas, está na PRESENÇA DE DEUS que ele deseja tanto desde os dias que devia cantar para as suas ovelhas dormirem: “O SENHOR É O MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ...”
Os Príncipes das famílias dos levitas, dobram-se tomam os varais que sustentavam a Arca e certamente cheios de temor, dão o primeiro passo. Passo de Noiva. Primeiro um passo, iguala-se as pernas e então outro passo, e outro... até que quando deram seis passos e ninguém havia morrido. Em outras palavras: Deus os estava aprovando... O CORAÇÃO DE DAVID, dos sacerdotes por certo e de toda a nação se enchem de alegria e de fé... e agora? Vamos parar! Estamos indo pra onde mesmo? 
O OBJETIVO não é o culto de domingo, não é aquele congresso “importante”, o OBJETIVO era a APROVAÇÃO DE DEUS, A PRESENÇA DE DEUS... Pois eles baixaram a Arca e sacrificaram 7 NOVILHOS E 7 CARNEIROS e fizeram deles HOLOCAUSTOS ao nosso Deus... Porque o que todos queriam era que DEUS estivesse com eles... Para que pressa agora?
Alguns defendem a ideia que a cada seis passos, se sacrificavam os novilhos e os carneiros, fazendo um rastro de sangue que preparou a manifestação no local que ficaria conhecida como a Cidade do Grande Rei, da Presença de Deus.
Seriam milhares de animais sacrificados neste percurso de cerca de 13 km. Se foram sacrificados apenas depois dos 6 primeiros passos e no momento que a Arca de Deus repousou no Tabernáculo feito por David, ou se foram cerca de 30 mil animais oferecidos em Holocausto ao Nosso Deus, não sabemos, mas, o que realmente importa é que “sem Sangue não há remissão de pecados”, e tal qual foi o sacrifício de Abel, David, oferece o melhor ao Nosso Deus, em holocausto abrindo um caminho que aponta para o Caminho aberto pelo Sangue do Cordeiro, Jesus Cristo, para que hoje tenhamos acesso à Presença do Pai.
David, vestido de sacerdote, não como um ator de teatro, mas, correspondendo ao desejo de Deus de que todos do seu povo fossem sacerdotes, dança, canta, se alegra, ao som dos instrumentos, das vozes, das aclamações declarando que: “O Eterno é bom e o seu Amor dura para sempre!” – ALELUIA!!!!!
KAVANAH – A INTENÇÃO DO CORAÇÃO
Só Deus conhece o nosso coração e dois dos reis de Israel perderam a sua condição de reinar, por tentarem agir como sacerdotes, enquanto David, faz (o que parece), coisas absurdas e é aprovado por Deus e amado como nenhum outro. Porque?
Saul, oferece sacrifícios “a Deus”, quando os soldados de Israel começam a ir embora do campo de Batalha, pela demora de Samuel voltar. Parece que o orgulho de Saul, e o desejo de que as pessoas o vissem adorando a Deus e oferecendo sacrifícios ao Eterno, motivou Saul a fazer o que Deus nunca pediu a ele. Ele fez pelo povo, ele fez por ele mesmo, ele agiu dentro do mais horrível espírito religioso. Fazer para que vejam e não para Deus.
Um dos descendentes de David, Uzias, um dos reis que poderiam ter se tornado um dos maiores da história comparados ao Mavioso Cantor de Israel, Uzias era muito sábio, um inventor e grande empreendedor de Israel, homem a quem Deus prosperou até um dia em que ele quis entrar no Templo para oferecer sacrifícios, coisa que era função dos sacerdotes.
Quando os sacerdotes de Israel se opuseram a ele, e ele se lançou contra os sacerdotes, apareceu lepra no meio de sua testa e ele ficou recluso, longe de todos até sua morte.
Foi no ano de sua morte, quando a esperança do povo de Israel parecia ter se esgotado, pois um rei tão extraordinário, morreu de uma forma tão terrível, Deus aparece ao profeta Isaías, assentado no Seu Alto e Sublime Trono, acima de tudo e de todos.
Porque Deus resistiu e rejeitou Saul e Uzias, que quiseram agir como Sacerdotes e AMOU A DAVID, que além de comer os pães da Preposição, de vestir-se como um sacerdote comum, depois de terem colocado a Arca de Deus no Tabernáculo feito pelo Rei de Israel, ele ABENÇOA O POVO INVOCANDO SOBRE AS PESSOAS O NOME DE DEUS, e ainda distribui a cada pessoa um Pão, carne e passas. Ações todas de um Sacerdote.
Os sacerdotes estavam com ele.
Os sacerdotes o estavam apoiando, não o rejeitando como foi no caso de Uzias.
Porque? Porque SER UM SACERDOTE DE DEUS é muito diferente de FAZER COISAS SACERDOTAIS.
Queremos cantar, pregar, tocar, servir, orar, abençoar as pessoas, mas, muitas vezes fazermos isso, quando é a nossa escala, quando é o dia que temos que pregar, quando temos uma plateia, e estas coisas todas que fazemos, podemos fazer para que os outros nos valorizem e nos vejam, como Saul fazia; podemos fazer porque queremos fazer, já que nos sentimos capazes para fazer isso também, como foi com Uzias, e podemos fazer porque AMAMOS A DEUS e porque estamos EXTASIADOS PELA SUA PRESENÇA MANIFESTA EM NÓS.
Podemos ser movidos pelo coração cheio de Deus, como David e SER de fato, do Reino Sacerdotal sonhado por Deus...
“Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo.Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, envergonhado. Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos. Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.“ (I Pe. 2: 4 a 10)

CONTINUA...

Paulo de Tarso, apóstolo

Igreja Apostólica Betlehem

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