“Jesus, pois, cheio do Espírito Santo,
voltou do Jordão; e era levado pelo Espírito no deserto,...” (Luk 4:1)
Parece quando pensamos em Pentecostes, que
ser Cheio do Espírito Santo é tudo! Porém temos que nos lembrar que logo após
os acontecimentos do Cenáculo, quando todos foram Cheios do Poder de Deus, veio
a grande perseguição que seguiu-se à morte de Estevam, e a Igreja de Cristo,
por conta disto, passou a agir absolutamente distante do conceito que todos
tinham naquela manhã, 50 dias depois da ressurreição de Jesus.
O Espírito Santo, encheu Jesus com toda a
Sua Plenitude, e em seguida o levou para o deserto. Ali, Jesus, sentiu a
necessidade de jejuar. Há outros relatos bíblicos, como o de Moisés e Elias,
que durante também 40 dias, não comeram e nem beberam, estando em comunhão com
Deus. Porque? Qual a razão disto?
Há alguns conceitos acerca do Espírito
Santo, e precisamos revê-los à Luz da Bíblia:
Precisamos estar puros e limpos pra ser
cheios, ou batizados no Espírito Santo. O Arrependimento, entregar-se a Jesus Cristo, e querer ser lavado em
seu Sangue Purificador, é fundamental sim, mas, santo não é aquele que não peca
mais, mas, aquele que passa a odiar o pecado, pois isso faz parte da sua velha
natureza, e não desta outra que nasceu através de Jesus Cristo e do Espírito
Santo depois de ter se entregue a Jesus.
Depois de uma pessoa ser batizada no
Espírito Santo ela não precisa de mais nada... Grande equívoco! Aí é que precisa! Pois
algo Puro, Novo, Poderoso, Transformador, ocorreu em seu interior, e é
necessário que a pessoa perceba que uma grande guerra está sendo travada dentro
dela, pois sua Nova Natureza estará em guerra com a anterior, e é o momento para
se ordenar as coisas, no CAMPO DE BATALHAS que é a nossa ALMA.
Jesus agora, Cheio do Espírito Santo, é
guiado pelo Espírito a se separar de tudo e de todos.
Curioso, que o mesmo processo se dá quando
o povo hebreu é arrancado do Egito. Eles
são batizados na Nuvem e nas águas, e ficam 40 anos no deserto.
Antes a realidade e o anseio de vida era nos
padrões do Egito. Durante aqueles 40 anos, esta visão de mundo é trocada pela
visão que é impressa em cada hebreu que nasceu no deserto: DEUS É O CENTRO!
Todos moravam no deserto ao redor do
Santuário que Deus ordenou Moisés para construir, e depois de 40 anos, eles
foram para tomar posse da Terra Prometida.
A Palavra Deserto em hebraico é: MIDBAR (Uma tradução ao pé da Letra
seria mais ou menos: “QUEM É FALA)
A Palavra Falar: DEBAR (DBAR de Midbar) – é
a raiz da Palavra DESERTO, e então pensando no que é, e do que é chamado,
imaginamos um lugar em que tudo o que é comum para nós é tirado, para que a
única coisa em que concentremos nossa atenção seja Deus, Aquele que fala. No
deserto Deus fala!
A IDENTIDADE
Não consigo não pensar, em Jesus e Pedro,
quando o discípulo declara quem é Jesus, e este lhe responde marcando sua
Identidade como Pedro, dizendo que não foi carne e nem sangue quem lhe haviam
revelado a Sua Identidade, mas, O Espírito Santo.
A Identidade do Pai, foi revelada a Jesus,
O Cristo, naqueles 40 dias de profunda intimidade com Ele. O Espírito preparou
este encontro e foi o canal da revelação.
Em todos os tempos nos parece ser este o
método de Deus. Ele realiza coisas em nós, nos dá O Seu Espírito, Unção,
Autoridade, Direção, Visão e então nos leva para o deserto, para que todas
estas coisas que são ESPIRITUAIS, sejam marcadas, compreendidas,
experimentadas, discernidas, encarnadas, por nós, já que estando na carne,
presos às necessidades físicas, humanas, e tendenciosos em nossos pensamentos,
vontades, desejos, lembranças, anseios, sempre damos muito mais lugar às coisas
da carne, (do mundo natural, do sistema que nos cerca e tantas vezes nos
aprisiona), do que para Deus que nos ungiu.
O ESPÍRITO E A PALAVRA
Depois de 40 dias e 40 noites em comunhão
profunda com O Pai, Jesus sentiu fome, e nesta hora Satanás foi tentá-lo. É
certo que os textos bíblicos que Jesus usou para destruir a Satanás, eram todos
conhecidos por Jesus desde criança, mas, naquele momento foram as armas
secretas usadas através do Espírito Santo para destruir toda a esfera de
atuação maligna de Satanás contra Ele e contra nós.
É O Espírito que vivifica A Palavra, e aquela
comunhão com O Pai, durante aqueles 40 dias, certamente fez que A Palavra
deixasse de ser um texto, uma Pedra Escrita, para se transformar em Carne, em
algo real, palpável! Jesus responde a Satanás o que está escrito NELE. Ele é O
Livro escrito por DENTRO E POR FORA!
Jesus foi guiado pelo Espírito para O
DESERTO, lugar onde DEUS FALA, onde NOSSA IDENTIDADE É REVELADA, pois nos
deparamos com Deus, e o reconhecemos como PAI. Ouvimos sua Voz e Suas Palavras
passam a ser as nossas. Ali, Satanás vai tentá-lo, mas, ali no deserto
realmente descobrimos quem somos, o que queremos, pra o que nascemos e o que
viemos conquistar.
ESTÁ ESCRITO:
“Não só de pão viverá o homem, mas, de toda
PALAVRA que procede da boca de Deus”;
“Não tentarás, O Eterno, teu Deus”;
“Só ao Eterno, o teu Deus, adorarás e só a
Ele prestarás culto”.
Que O Nosso Deus ative em nossos corações,
desde os anciãos até os jovenzinhos, o ardente desejo de jejuar, de orar, de se
retirar, de ouvir, de buscar, de compreender, de se consagrar novamente para
Deus... É muito mais do que um método de encher igreja; do que um método de
discipulado; um método doutrinário, é O ESPÍRITO NOS GUIANDO AO DESERTO, para
que descubramos quem Deus é e quem nós somos!
Ministério Pastoral
Igreja Apostólica Betlehem
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