quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Série: Parábolas - "A Figueira estéril e o Bom Samaritano"

 

Ora, naquele mesmo tempo estavam presentes alguns que lhe falavam dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios deles. Respondeu-lhes Jesus: Pensais vós que esses foram maiores pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. Ou pensais que aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, eu vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. E passou a narrar esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, e não o achou. Disse então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente? Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este ano ainda, até que eu cave em derredor, e lhe deite estrume; e se no futuro der fruto, bem; mas, se não, cortá-la-ás. Jesus estava ensinando numa das sinagogas no sábado. E estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se. Vendo-a Jesus, chamou-a, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade; e impôs-lhe as mãos e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus. Então o chefe da sinagoga, indignado porque Jesus curara no sábado, tomando a palavra disse à multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, neles para serdes curados, e não no dia de sábado. Respondeu-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, para o levar a beber? E não devia ser solta desta prisão, no dia de sábado, esta que é filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa? E dizendo ele essas coisas, todos os seus adversário ficavam envergonhados; e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele. (Luc 13:1-17)

E eis que se levantou certo doutor da lei e, para o experimentar, disse: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Perguntou-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo. De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo.
(Luc 10:25-37)

Por fama ninguém vai entrar no Céu! Não vai entrar por seu judeu; por ser crente; por ser filho de pastor; por ser do louvor; por ser sacerdote; levita; por ser bom; por ter o nome de cristão; por ser desta ou daquela igreja; por ser visto pelos outros como bonzinho...
A Figueira é um símbolo de Jerusalém, é um símbolo do povo judeu. É uma das árvores mais antigas do mundo e muitas vezes chamada de A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, comparada à Lei. Foram folhas de Figueira que Adão usou para cobrir a vergonha de seu pecado, e pelo o que diz a Palavra isso não foi o suficiente.
Ser uma Figueira, e não dar frutos, pecar e cobrir-se com folhas de figueira, são atitudes que não correspondem ao Amor que Deus tem dedicado a nós.
Jesus conta nesta parábola sobre a COMPAIXÃO DO VITICULTOR, que CUIDA DE UVAS, mas, que INTERCEDE AO DONO DA TERRA pela FIGUEIRA QUE NÃO DÁ FRUTOS. Ora, a Videira é um símbolo da Igreja enquanto como dissemos a Figueira uma figura dos judeus, de Israel.
O Viticultor que deveria cuidar apenas da Videira, demonstra se importar com a Figueira e está disposto a trabalhar arduamente para que ela possa dar frutos. Imediatamente depois de Jesus contar isso, uma mulher que andava curvada a 18 anos por um espírito de enfermidade, é liberta e curada por Jesus, e o Líder da Sinagoga, no lugar de alegrar-se por uma irmã sua que estava presa e agora fora livre, confrontou a Jesus, por curar num sábado. SEM COMPAIXÃO ALGUMA, disse a mulher, que ao homem é dado o trabalhar durante a semana, porque alguém vem na Sinagoga bem ao Shabat para ser curada???? Oras, que HIPÓCRITA!!!!! Que absurdo! Jesus pergunta qual deles não cuida de seus animais, soltando-os e levando-os a beber no Shabat, e como aquela JUDIA, FILHA DE ABRAÃO, irmã daquele líder importante, não seria alvo do Amor e da Misericórdia de Deus?
A Religião se preocupa mais com os ritos, do que com O Amor de Deus, pelas pessoas. O Religião fala de amor e dedicação a Deus, manifesta por ritos religiosos, mas, não manifesta este amor ao próximo a quem Deus ama e que está ao nosso alcance para que possamos mostrar O Amor que temos ao Deus invisível, mas, Real.
Noutra situação, um outro religioso, no alto de seu orgulho vem provar a Jesus, sobre sua dúvida acerca da Vida Eterna. Ele não tinha certeza de sua Salvação, mesmo assim era orgulhoso e vem provar a Jesus. Quando O Mestre não lhe dá muita conversa, ele pergunta a Jesus algo que pode mudar a sua história, e a nossa! QUEM É O MEU PRÓXIMO?
A Bíblia, a TORAH, a Lei nos ensina a Amar a Deus sobre todas as coisas e o nosso próximo como a nós mesmos. O Judeu religioso pergunta a Jesus quem é o seu próximo. Pois uma das parábolas mais lindas e conhecidas da Bíblia explicam para aquele judeu religioso, quem é o próximo do Judeu.
Um homem descia de Jerusalém a Jericó. Um homem comum, um judeu que estava em Jerusalém na cidade do Grande Rei, e ia pra Jericó, a cidade do pecado, das prostitutas e dos ladrões. A cada passo mais distante de Jerusalém e mais perto de Jericó ele ia descendo, literalmente descendo. Jerusalém está 800 metros acima do nível do mar, enquanto Jericó, um dos lugares mais baixos do Planeta não coberto pelas águas dos Oceanos. Muito mais do que uma posição geográfica, quem sai da Presença de Deus e vai pra o pecado, representado por Jericó, se abre para “aquele”, que veio para “matar, roubar e destruir”, dando as costas para Aquele que veio nos dar vida, e vida em Abundância.
Largado ferido e roubado no caminho pelos salteadores, quase morto, aquele judeu é um símbolo que Jesus queria demonstrar a respeito de tantos seres humanos que longe de Deus tem sofrido coisas terríveis, que jamais O Nosso Deus de Amor desejou que elas sofressem. Por isso, alguns se questionavam sobre os que morreram com a queda da Torre de Siloé, ou os que foram assassinados por Herodes, como se fossem mais pecadores do que os outros, e Jesus demonstra com esta parábola que não. Infelizmente quando nos desviamos de Deus, estamos entregues a qualquer sorte, e os que se arriscam mais podem sofrer coisas terríveis, mas, isso nunca foi e nem é a Vontade de Deus. As mazelas, desgraças, doenças, maldições que as pessoas enfrentam são justamente a consequência de viverem longe de Deus e o que Deus espera é que aqueles que são chamados pelo SEU NOME, possam justamente manifestar COMPAIXÃO e através disto levarem estas pessoas de volta aos Braços amorosos do Pai.
Um Sacerdote, por incrível que pareça estava no mesmo caminho que aquele homem. Ia também pra cidade do pecado, deixando O Templo e certamente as roupas que o identificavam como um Sacerdote penduradas atrás da porta. Não lhe era conveniente parar ali para socorrer seu irmão, pois alguém o poderia identificar como mais um dos que desciam para se refastelar no pecado.
Se o Sacerdote ia por este caminho da destruição, imaginem o Levita. Se o Pastor vai pro pecado, não iria também o diácono? Ambos, passaram a largo e devem ter tido a “cara de pau” de dizer: “Misericórdia Senhor deste caído!” Misericórdia? Não adianta fazer uma oração frívola para o seu próprio ventre se não manifestamos de fato O Amor de Deus e não estamos dispostos a ser A RESPOSTA DE DEUS PARA A NOSSA PRÓPRIA ORAÇÃO.
UM SAMARITANO
Jericó ficava em Samaria, um homem de origem duvidosa, descriminado pelos judeus, era de um povo misturado, estava no SEU CAMINHO. Subia a Jerusalém, enquanto aqueles outros desciam. A cada passo Jericó e sua influência maligna ficavam mais longe, e por sua vez Jerusalém cada vez brilhava mais em sua vida... O Amor de Deus, a Compaixão do Senhor são uma consequência de vivermos cada vez mais perto Dele.
Aqueles discriminado Samaritano, vendo o judeu caído, não agiu como os religiosos, que achavam que era errado Jesus curar no Sábado, ele se compadece do ferido e quase morto, e a COMPAIXÃO torna-se o combustível para O Milagre e Restauração daquele judeu.
O Samaritano, a despeito da lógica, na parábola de Jesus, não aplica primeiro o Vinho para fazer uma assepsia no ferimento, coisa que qualquer pessoa faria, mas, Jesus explica que muitos ao aproximarem-se de judeus feridos pelo Caminho, querem enfiar Jesus, a Cruz, “guela abaixo” dos judeus, e não é este o jeito de quem age com COMPAIXÃO.
Primeiro O AZEITE, primeiro o símbolo do Espírito Santo, O Poder de Deus, O Sobrenatural, A Cura, O Milagre e só então O VINHO. A explicação, o Anúncio do Evangelho... Tão diferente do que fazemos, tão diferente do que os religiosos fariam... O Jeito de Jesus de explicar quem é O PRÓXIMO DO JUDEU CAÍDO. Não é certamente o que vai dizer: - “Deve ter aprontado alguma mesmo pra estar assim caído à beira do caminho!”
O Samaritano põe o judeu caído em sua montaria, o leva até uma hospedagem (símbolo da Igreja), numa hospedaria de Judeus, aquele Samaritano não teria acesso. Ele dá dois denários (valor suficiente para dois dias), e promete que se quando voltar tiver sido necessário mais alguma coisa ele indenizaria tudo. Em outras palavras, por estes dois mil anos, Deus tem confiado os judeus que não conheceram O Tempo da Sua Visitação, e por isso estão caídos à beira do caminho, a estes que desprezados amam, que mal-falados abençoam, e que são os responsáveis por pagar a Conta: Os SAMARITANOS.
 Estes que são como vira-latas aos olhos dos próprios judeus, mas, que MANIFESTAM EM SUAS VIDAS A MISERICÓRDIA E O AMOR DO DEUS TODO PODEROSO! Este é O PRÓXIMO DO JUDEU.
Uma das coisas mais doentias que surgiram na Igreja de Cristo é a TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO, que ensina que Deus colocou no lugar dos judeus “que teriam rejeitado a Jesus”, os cristãos do mundo todo. Isso é uma Grande Mentira e uma Heresia das piores, mas, é claro, que a Bíblia toda vai falar para todos aqueles que quiserem andar segundo A Vontade de Deus, e neste sentido, também a Parábola do Bom Samaritano fala tão forte ao nosso coração, já que há muitos que saíram do nosso meio e estão caídos à beira do caminho, enquanto muitos pastores, adoradores, líderes, tem passado ao largo como quem diz: “Bem Feito!” e “Eu não disse?”
Jesus está esperando que os que foram alcançados por Seu Amor, possam manifestar este Amor de uma forma prática, indo até o caído e o curando, o fortalecendo e o lembrando que ele estava no Caminho certo, mas, no sentido errado e está na hora e voltar...
Muito semelhante à Parábola do Filho Pródigo, o caído não é apenas o que está à beira do caminho, como não era o filho que desperdiçou a herança do pai. Na Parábola do Bom Samaritano, Jesus, não apenas quis ensinar para o judeu, quem realmente são as pessoas com quem ele pode contar, mas, também despertar a muitas pessoas que Deus ama, que estão perto Dele, que fazem coisas porque O Amam, mas, que não se despertaram ainda sobre a prisão que é a Religião, o quanto pode estar enclausurado alguém que tão perto do Pai está, mas, não percebe que é muito mais do que ritos, muito mais do que tocar, cantar, dançar, pregar, ensinar, orar,... Agradar O Pai é Amar como Ele ama, ou na Verdade, permitir que O Amor Dele, simplesmente flua por nós...
Se entendeu... Vá e faça isso.

Ministério Pastoral,

Igreja Apostólica Betlehem

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